Hoje pela manhã, eu peguei um ônibus que por sinal estava muito cheio (mais do que o normal), quando eu menos esperava , algo tomou conta do meu corpo, me dominou de uma maneira arrebatadora.
Continuei ali em pé, tentando me equilibrar no balanço daquela salna, em que vários homens: gordos, magros, negros e brancos, muitas mulheres: feias e bonitas balançavam-se ao ritmo dos quebra-molas, buracos e outros obstáculos, que o valente motorista tinha de enfrentar.
Tentei disfarçar, mas aquele algo continuava ali, me perturbando, irritando...
Então eu no meu intimo fui aprendendo aos poucos, a controlar, até mesmo quem sabe abafar aquilo dentro de mim, de uma forma que só eu pudesse senti-la.
Quando eu olhei pela janela avistei a bendita Estação Mussurunga, o meu coração se encheu de alegria, em saber que dentro de alguns minutos aquela tortura acabaria. Quando eu senti o solavanco do ônibus parando, pensei em toda aquela gente que estava ali dividindo comigo o sofrimento.
Mas sei que a minha angustia era única, pois eu tentei e não consegui controlar a maldita tosse.
Escrito por Thais Gouveia.