quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Essência do carnaval


Após tantas transformações o carnaval baiano teve uma grande repercussão em todo o mundo, pois graças ao trio elétrico a maneira como ele é festejado foi ampliada, o que abriu muitas portas para outras pessoas baianas ou não, virem prestigiar o nosso carnaval. O que foi bom, pois só assim a divulgação se deu, mas com o passar dos anos esta festa tão nossa e tão popular foi elitizada de uma maneira muito avassaladora.

Hoje em dia quando se fala em carnaval de salvador, pensasse em uma festa de rua onde só quem pode aproveitá-la é quem tem dinheiro para pagar os caríssimos camarotes e abadás, e as pessoas que não tem este privilégio, ficam a margem literalmente, pois nos blocos a população se faz presente com os cordeiros, e quando se trata foliões, os pipocas sofrem com a falta de segurança e infra-instrutora da festa.

Esta é uma realidade que não é passada pelos meios de comunicação que faz presente dois tipos de carnaval o da rua e o da televisão, os amadores que fazem o carnaval acontecer não são filmados nem ao menos entrevistados, eles são os cordeiros, vendedores ambulantes e muito mais.

O carnaval mostrado na TV é uma festa democrática onde todos podem e devem se divertir igualmente sem distinções de cor ou posição social, existem também os políticos que a todo o momento são mostrados e dizem que está tudo sobre controle tanto os assaltos, assassinatos e outras infrações que poderiam se tornar estatísticas. Mas a verdade vem à tona ao final da festa onde mostrasse a quantidade de mortos, desaparecidos, baleados, violentados e etc.

Mas apesar da triste realidade, tivemos um importante acontecimento neste ano de 2009, uma maravilhosa surpresa no carnaval de Salvador que foi a participação dos Novos Baianos com a presença de baby Consuelo um grande marco da música brasileira que cantou e encantou com Daniela Mercury no trio, este é um exemplo de que é possível trazer cultura para o carnaval e lembrarmos sempre que ele é sinônimo de expressão cultural e não rejeição.

Assim podemos ver que nem mesmo todos esses problemas sociais e econômicos tiram desta festa o seu verdadeiro valor cultural, pois é neste momento em que a alteridade dá espaço a coletividade, é nesta festa que o eu tornasse nós, nela todos os ritmos se misturam, todas as culturas se encontram e todos os povos se entendem.

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